quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Erros na saúde pública


    Já gravei muito em hospital. Já testemunhei alas lotadas, gente no chão, idosos gemendo de dor sem remédio, crianças nas longas filas de atendimento, quando eram pra serem atendidas de imediato. O sistema de saúde pública do Brasil é fraco. Para se ter idéia, já vi médico ter de improvisar no meio da cirurgia por falta do aparelho correto. Falta até linha apropriada para sutura. Também, já vi bebê entrar para cirurgia e depois do ato, o médico dizer aos pais que o diagnóstico dado antes não era correto e que outro procedimento será feito com a criança, que indefesa, fica sob a proteção de pais, normalmente vitimas da indução a ignorância deste Estado. Na certeza de que é impossível contestar a autoridade médica, acatam as ordens dos profissionais da saúde e só sabem rezar e pedir a deus ou aos deuses que amparem o filho deles de uma desgraça, como uma injeção errada de vaselina liquida na veia.  
    A morte da menina Stephanie, de 12 anos, assassinada por uma auxiliar de enfermagem que não se deu o trabalho de fazer a própria obrigação e ver o que iria injetar na criança, não deve ser visto como caso isolado de erro médico. Há pessoas que têm a perna amputada erroneamente. Cirurgias feitas que nunca deveriam ter acontecido.
    A única verdade é que pessoas pagam planos de saúde, que nem sempre são honestos com seus contratantes, afim de se verem livres da incompetência do atendimento público de saúde. Certa vez tive a oportunidade de entrevistar o doutor Carlos Barradas, então Secretário de Saúde de São Paulo. Durante a entrevista o doutor Barradas apresentou as grandes premissas da ação do Estado na área da saúde. Deixei a última pergunta como um coringa guardado na manga, e questionei o então secretário de saúde do Estado, se ele e a família dele eram atendidos pelo SUS ou se tinham convênio medico. A resposta é óbvia.
    Sistema de saúde de qualidade no Brasil é só pra quem tem dinheiro, e muito, pois não é barato. E os pobres que aguardem nas filas, e cuidado com a vaselina, com as amputações erradas, etc...

2 comentários:

Dionisio disse...

Essa história da vaselina é de arrepiar. A imbecil da enfermeira não queria matar, mas matou. Porque aprendeu com os médicos a tratar as pessoas como se fossem máquinas. Eu não confio em médicos. O ideal é não precisar deles.

Anônimo disse...

Ainda aguardo uma explicação sobre a morte da minha mãe que estava internada no HEAS desde o dia 24/01/2011 e teve falecimento no dia 13/02/2011 ás 16:30 , fui visitá-la neste dia e saí de lá ás 16:00 e no dia 14/02/2011 voltei para visitá-la e fui informado que ela tinha falecido um dia antes e não foi feito nenhum contato por parte do hospital.Deixei ( 03) telefones de contato e nada, qual o motivo do descaso. E tem mais, minha mãe ficou fora da geladeira desde 16:30 do dia 13/02/2011 até 22:00 do dia 14/02/2011. Foi um grande trabalho pra poder enterrar minha mãe teve que ser tudo as pressas, pois seu corpo estava muito inchado e deformando,tive que deixar o caixão aberto pouco tempo por causa do estado do corpo dela .Já acionei a ouvidoria e até agora nada . O estado tem a obrigação e o dever de prestar um serviço de qualidade na área da saúde a todos os brasileiros, independente de sua classe social. Este é um direito garantido pela Constituição Cidadã, promulgada em 1988, mas, infelizmente, o que vemos, na prática, é que não é bem assim que as coisas acontecem em nosso país. A saúde pública no Brasil está doente, em estado grave, internada na UTI faz muito tempo. Só queria que fossem punidos os responsáveis pelo caso .Este é o retrato da Saúde no Estado do Rio de Janeiro.O secretário da saúde tem que se colocar no lugar de paciente e sentir o que as pessoas realmente passam nas mãos da saúde pública do país.

MEU NOME É JÚLIO CESAR E MEU EMAIL É JULINHO_FAMILIA@HOTMAIL.COM