quinta-feira, 25 de junho de 2009

Engolindo os velhos sapos

Tudo isso que acontece há muito tempo na política brasileira está insuportável de aguentar. Hoje abri o jornal e já veio a avalanche de notícias sobre os escândalos do senado. Nem sei se podem ser chamados de escândalos, pois são normais atos de corrupção cercar aquela região obscura do poder. Para melhorar o dia, o jornal noticia que o senador Fernando Collor, aquele mesmo, está usando verba indenizatória para contratar uma empresa de conservação, limpeza e segurança para cuidar da Casa da Dinda, residência particular do ex-presidente afastado em processo de impeachment, que fica em uma das áreas nobres de Brasília. Foram gastos R$10.616,43 segundo o jornal FOLHA de São Paulo. Essa é mais uma falta de ordem com o dinheiro público, mais uma falta de noção daqueles que se acham inteligentes e sábios a ponto de achar normal investir em suas propriedades particulares o dinheiro dos contribuintes. Essas pessoas têm alguma diátese? Pois não é possível que tais atos se perpetuem e se espalhem entre as personalidades do cenário político brasileiro como se fossem ações normais. Só para completar. O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI) declarou: “Já apuramos e chegamos à conclusão de que não há nada de irregular”. Referindo-se as duas contas bancárias paralelas à Conta Única da União, que não é única já que existem outras. Enfim, apesar de bombardearmos de palavras, que são nossas armas, continuamos engolindo os velhos sapos.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Voto nulo já!



Meu sonho desde que comecei a perceber o absurdo da corrupção entre os políticos brasileiros é assistir e, claro, participar de um levante para combatê-la. Nessa época eu nem imaginava ser jornalista, gostava apenas de andar de skate na Praça Roosevelt, no centro de São Paulo. Me agradava a idéia de surgir um protesto. Imagina! Uma grande passeata, onde todo o povo sairia às ruas, de norte a sul, de leste a oeste. O povo gritaria por boicote as votações nas eleições, onde todos votariam nulo. Assim talvez, poderíamos extinguir a estirpe política indelével do cenário político brasileiro, que mora e vive à custa do povo desse país. Poderíamos fixar na mente embaçada desses corruptos que eles não podem pegar o dinheiro do contribuinte e flanar com ele em suas aspirações egoístas. Talvez percebessem que não são diferentes dos que levantam e trabalham arduamente em seus dias, com pouco descanso, com salário baixo a procura frenética do sustento das famílias.
Gastam o dinheiro ao léu, com passagens aéreas, mulheres, mimos a apadrinhados, nepotismo, biblioteca particular. Como fez José Sarney. Nem acesso aos livros, um cidadão sequer terá. Será que o senhor José Sarney não percebe isso? Qual exemplo ele quer dar? O que é preciso para que um homem tido como incomum perceba a gravidade dessa atitude, sendo ele ainda, ex-presidente da república?
Mas como um eterno indignado e persistente rebelde, continuarei protestando e deixo aqui o indez. Continuarei sonhando e imaginando o grito do maior protesto do Brasil: Voto nulo já! Voto nulo já!
E todos nós ganharíamos nossa indenização política.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Os Estados Unidos e o Islam

O discurso do presidente dos Estados Unidos no Cairo marca uma nova trajetória nas relações entre o Islam e o resto do mundo. Foi um discurso com o propósito claro de separar o sentimento que o governo americano tem pelos muçulmanos e as necessidades que levam aquele país a guerrear em terras islâmicas. Durante oito anos de governo Bush os muçulmanos foram marcados pelos estereótipos de terroristas e inimigos dos regimes democráticos. O discurso do novo presidente americano marca uma nova fase. É o momento em que os muçulmanos podem levantar a cabeça e mostrar que não são responsáveis pelas atitudes de uma minoria. Jamais em toda a história um presidente da maior potência econômica do mundo se referiu ao Islam com tanto conhecimento e respeito. Barack Hussein Obama falou de sua convivência com os muçulmanos em sua infância, citou passagens do Corão, condenou o extremismo religioso e se referiu aos profetas seguindo a sunna. O pronunciamento do presidente americano é uma demonstração de que os rumos da política externa americana estão sendo retraçados. Mostra a grandeza da religião, o peso moral e histórico que ela sustenta diante de toda a civilização mundial. Barack Hussein Obama não só iniciou um diálogo em busca do fortalecimento da diversidade e da tolerância como também mostrou que conhece o Islam, o Corão e a vida do profeta Maomé. Diferentemente de seu antecessor, que só fez negar a tradição democrática da história estadunidense. Espero que esse discurso conduza o povo dos Estados Unidos e os muçulmanos a um caminho de paz, onde possam desenvolver a confiança mútua e assim fortalecer a justiça e a prosperidade. O verdadeiro Islam ajudou a tirar o mundo ocidental da idade das trevas e agora pode contribuir para guiar o mundo no caminho da luz e da tolerância.


“Sou cristão, mas meu pai pertencia a uma família queniana que tem gerações de muçulmanos. Na minha meninice, vivi vários anos na Indonésia e ouvia o chamado do azaan ao romper do dia e ao pôr do sol. Quando jovem, trabalhei com comunidades em Chicago, onde muitos encontraram dignidade e paz em sua fé muçulmana. Como estudioso da História, também tenho consciência da dívida que a civilização tem para com o Islã.”
Barack Hussein Obama, em discurso na Univesidade Al-Azhar, no Cairo, Egito.