terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sem dublê


    Quando o assunto é andar pelas ruas de São Paulo, eu sou como formiga. Uso sempre os atalhos que já conheço para fugir do trânsito caótico. Na segunda-feira, dia 21, sai da redação, que fica na av: Ipiranga, às 20hs. Peguei um taxi para ir para minha casa, no Brooklin. Falei ao motorista que seguisse um caminho que sou acostumado e ele me atendeu de imediato. Ao chegarmos a av: Nove de Julho, já no final, o trânsito complicou e o motorista me perguntou se podíamos seguir por dentro do Itaim Bibi. Concordei e fomos. Chegamos a rua Funchal, Passamos por baixo do viaduto Ary Torres e paramos no farol que cruza a av: Luis Carlos Berrini. O farol abriu. O motorista largou. Eu, sentado no banco de trás, reparei que um carro fazia a curva numa velocidade desproporcional para quem vinha em direção a um farol vermelho. Continue fitando o veículo que estava aproximadamente a 60 km/h. Não deu outra. O cara passou o farol vermelho. Tentei avisar o taxista mas, sem chance. Ele ia colidir com o taxi. Ainda deu tempo de pensar: wrong way man. Pulei da direita para a esquerda do banco de trás do veículo. CABUM! POW! TRASH! Nem sei que carro era. A pancada foi fortíssima. Algo atingiu minha perna. A dor foi insuportável. Senti moleza em todo o corpo e pensei que tivesse quebrado minha bacia, talvez minha perna. Tentei mover-me. Não dava. A dor me limitava. Pedi ao taxista que chamasse uma ambulância. Deitado, sem me mexer e bem assustado, liguei para minha mulher e para minha irmã. Os agentes do CET conversavam comigo. O taxista e o condutor do veículo também. Sentia muita dor e só queria que chegasse logo alguém para me socorrer. Não tinha idéia da gravidade. Minha família chegou antes da ambulância do SAMU que me conduziu ao hospital. Raio-X, ultra som, injeção na veia de relaxante muscular, anti inflamatório e analgésico. A dor diminui. O médico confirmou que não havia ossos quebrados. Só uma grande pancada no músculo da parte posterior, superior da coxa direita. Ficou um calombo duro e bem dolorido que deve passar em alguns dias. Menos uma vida. Só me restam quatro. Acho que da para chegar a velhice, mesmo vivendo em São Paulo city.