quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Revendo os inimigos


    Eu tinha sete anos quando a ditadura no Brasil caiu, ou melhor, começou a cair. O que lembro é do cortejo do funeral do então presidente eleito Tancredo Neves. Com uma câmera fotográfica de brinquedo nas mãos, eu tirava fotos da televisão. É o máximo que me recordo. Com os estudos conheci os horrores da repressão militar e até hoje vou conhecendo os rastros fúnebres e malditos que deixou na história do Brasil e da América Latina. Rastros que continuam se estendendo nos regimes ditatoriais espalhados pelo mundo.
    Ontem o ditador da extinta ditadura argentina Jorge Videla, foi condenado à prisão perpétua pelo assassinato de 30 presos politicos. Que bom, menos um. A ditadura na Argentina (1976-1983) teve como resultado 30 mil pessoas mortas e desaparecidas. Outros 800 réus aguardam julgamento e 66 pessoas, entre militares e civis, já foram julgados por repressão contra o próprio povo durante a ditadura.
     Como em todos os regimes militares, assassinatos, estupros, sequestros de pessoas e bens, roubo de bebês, torturas e perseguições acontecem. O que os ditadores esqueceram ou talvez se fizeram ignorar era a chegada do futuro, onde seus alvos se tornariam o Estado. Dai meu caro leitor, prevalece uma velha máxima de que quem bate esquece e quem apanha quer vingança. 

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