segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O velho oeste

Capitólio, símbolo da democracia americana
Foto: André Lara - Abril/2010
    Quando li que conservadores republicanos entregaram uma proposta de lei para regularizar nascidos de pais ilegais em alguns Estados Americanos deixando-os com uma certidão de nascimento diferente, pensei: que preconceituosa essa lei.
    Desde menino sei que se você nasce no Brasil é brasileiro, nasce nos Estados Unidos é americano. Dai, lendo, vi que na França, para que você seja registrado francês, um dos pais deve ser francês, independente se nasceu no país. Pensei de novo: que absurdo.
    Então, você nasce na França e não pode ser francês? Que “papagaiada”. É uma quebra do sentido correto das coisas. Como pode ser japonês quem nasceu em solo russo? Como pode ser búlgaro, quem nasceu no Brasil? O mais correto e o mais natural é: nasceu ali, dali é. Jesus, segundo a história, era de Nazaré, pois nasceu lá. Dai vem o nome Jesus de Nazaré.
    Claro que aparecem àqueles que darão a idéia absurda de que, para se beneficiarem, mães teriam os filhos no território de interesse da nacionalidade que ela deseja ao rebento. Então respondo: meu caro, as coisas não são bem assim. Não é tão simples você largar a segurança do seu berço para se aventurar na hora do parto. Então vamos ser razoáveis.
    A verdade é que leis que visam bloquear as chances de imigrantes de tentar uma vida melhor num país vizinho, num país europeu é o mais puro preconceito e discriminação. 
    Nos Estados Unidos há africanos ilegais, como muitos que estão no Brasil. Em Nova York entrevistei uma bengalesa ilegal, que tem uma vida muito melhor do que no pobre país Bangladesh. Quem não quer sair da pobreza e do subdesenvolvimento?
    Agora, há suspeitas de que o crime ocorrido em Tucson, no Arizona, tenha relação com assuntos relacionados à imigração e a impostos. Dois assuntos que envolvem indiretamente o preconceito contra o não americano e o pobre, americano ou não. Pode-se ver ai uma sombra escura que envolve as decisões de políticos, que não estão pensando nas reações do povo quando fazem seus debates e discursos inflamados. Que colocam na cabeça de jovens uma visão retrógrada e extremista, da qual o mundo não precisa mais.
    O rapaz de 22 anos, que matou seis, entre eles uma criança de 9 anos, e atingiu com um tiro na cabeça, a deputada DEMOCRATA Gabrielle Giffords, tinha naquele momento, a mente inflamada como a de alguém que ataca aviões contra prédios cheios de pessoas inocentes. A mira não era ela, mas o que ela representa.
   Hoje os discursos e debates políticos amanheceram mais amenos na América do tio Sam. E melhor que continuem assim e até mesmo aprendam a só fazer dessa maneira. Afinal, está mais que claro que terroristas extremistas não se vestem só com turbantes e nem todos são islâmicos, nem mesmo estão próximos de estar presos em Guantánamo. Pelo contrário, pois nos Estados Unidos, podem comprar armas em qualquer lugar e a qualquer hora, livres, leves e soltos.
    Para finalizar, quero lembrar aos retrógrados conservadores americanos de uma passagem da declaração de independência daquele país que descreve: todos os homens foram criados iguais, foram dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre eles estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade.

Um comentário:

Dionisio disse...

Tive uma namorada que era de família alemã de Santa Catarina. Eles não brasileiros, são alemães, mesmo os que nasceram lá no sul. A avó dizia que, não é porque o gato nasce no forno que ele é pão ! Se você pensar vai ver que isso é uma bobagem. Só se preocupa com a nacionalidade quem quer tirar proveito disso. Então todo brasileiro escroto quer ser americano, alemão, italiano pra se beneficiar do sistema de saúde, da aposentadoria vantajosa, do passaporte sem preconceito e por ai vai. Sou completamente a favor do protecionismo. Os EUA são dos americanos e fodam-se os prejudicados !