Ao que tudo indica a paz reinará independente do resultado do referendo que ocorrerá dia 9, domingo, e que pode dividir o Sudão criando mais um país na Terra, foi o que deixou entendido Omar Al Bashir, presidente ditador do país. Condenado por crimes de guerra pelo Tribunal Internacional de Haya, Al Bashir visitou ontem a capital do sul, Juba, e declarou que continuarão as boas relações das partes do sul e do norte, independente do que ocorra.
O resultado das votações optando pelo afastamento das duas partes em questão é mais provável (existe muita compra de voto e voto de cabresto no Sudão) e os políticos do sul vem trabalhando duro para ganhar a simpatia do povo sulista pelo afastamento da parte norte. Mesmo assim, Omar Al Bashir disse que respeitará a decisão.
Como eu já disse antes, o histórico do ditador não é bom, porém, diante do quadro que se encontra a imagem dele na comunidade internacional, será muito vantajoso para ele aceitar um resultado negativo aos nortistas e bancar a de pacificador coerente. Mesmo que isso lhe custe bilhões de dólares em petróleo que serão perdidos com a secessão.
Continuo cético até que a transição, que durará dois anos, caso ocorra a divisão, conforme prevê o acordo de paz, seja completamente concluída. O clima no Sudão é de guerra. Por onde se anda vê-se policiais e soldados armados de fuzis, tanques, mísseis, metralhadoras de alto calibre em cima de jipes. Várias cidades vivem sob toque de recolher e a liberdade de expressão é coisa rara. Só resta esperar.
Foto legenda – Soldado e policial , ambos sudaneses, armados de fuzis, em Nyala-Darfur. Região foi palco de mais de vinte anos de guerra civil, rendeu ao ditador a condenação por crimes de guerra e vive sob toque de recolher. Dez/2009
Fotógrafo – André Lara
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