Se a união faz a força, no Sudão essa máxima não pega. No dia 9 de janeiro de 2011 ocorrerá um referendo que pode dividir o maior país da África da parte do Sul. O Sudão esteve em guerra civil por mais de vinte anos. Tudo por causa de jazidas de petróleo que enriquecem o país e fazem crescer a ganância por tê-las sob controle. O norte é totalmente enraizado na cultura árabe islâmica e o sul dividido entre cristãos e animistas. Não acho certo dizer que ao Sul estão os negros, pois quando visitei a parte norte daquele país, não conheci nenhum sudanês de pele branca. Talvez haja, mas não vi.
Voltando às disputas territoriais, digo que sou cético a idéia de que tudo ocorrerá em paz, tendo em vista a crescente tensão pela aproximação do referendo. Tropas de ambos os lados estão se movimentando e, se o clima fosse de total acordo isso não seria tão visível.
O presidente do norte, Omar Al Bashir é acusado de genocídio e tem prisão decretada pelo Tribunal Internacional de Haya. O histórico não é bom. Além disso, há dúvidas sobre a legitimidade das últimas eleições que o reelegeram. Afinal a democracia é fraquíssima sob a mão de ferro imposta pelo ditador. Também é verdade que há promessa de total aceitação ao resultado das votações.
Só resta esperar. Torcer para que os lideres do norte, ditos muçulmanos, e os líderes do sul não permitam que nenhum outro massacre espalhe mais sangue inocente no solo da mãe África. Isso seria muito triste e desesperador, uma vez que quem mais sai perdendo nesse jogo mortal são as mulheres, as crianças inocentes e os idosos que podem voltar a viver o inferno de outra guerra civil.
Foto legenda - À direita da foto, com microfone em mãos, o ditador sudanês Omar Al Bashir.
Fotógrafo - André Lara
Foto legenda - À direita da foto, com microfone em mãos, o ditador sudanês Omar Al Bashir.
Fotógrafo - André Lara
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