sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Na beira do esgoto

    Almoçando com amigos jornalistas e contando sobre minhas experiências no Sudão, comentei que não havia água potável nas torneiras, que 90% do povo vive na pobreza e para a enorme maioria não há saneamento básico. Então um deles me disse: igual ao Brasil.
    Ele se referia ao saneamento básico. É verdade. Também é real a impossibilidade do Estado de resolver os problemas da falta de saneamento. A solução viria da parceria público privada. E não pense que isso não traria lucro às empresas.
     Estudos do Instituto Trata Brasil e da Fundação Getúlio Vargas apontam melhora de 13,3% na produtividade de trabalhadores com acesso à rede de esgoto. Ainda é apontado que 217 mil trabalhadores se afastam por problemas de saúde ligados a falta de saneamento e que o acesso básico reduziria em 65% o índice de mortalidade por falta do mesmo.
    Está ai uma preocupação de primeira classe na qual pode se empenhar o novo governo. Dar mais qualidade de vida à população levando saúde de verdade.  Com condições de vida mais saudáveis não precisariam investir tanto em hospitais, por exemplo. Aumentariam a capacidade de aprendizado das crianças e diminuiriam a exclusão social por falta de capacidade produtiva.
    Por incrível que pareça, o progresso pode vir através de um caminho muito mais simples, que é o melhor acesso à privada. Por essas e outras que digo que, em matéria de progresso, somos mais parecidos com a África do que com a América. 

Um comentário:

Dionisio disse...

O complexo de vira-lata é o que fóde o brasileiro. Ou melhor, o que fóde o Brasil é o excesso de vira-latas...